domingo, 13 de fevereiro de 2011

Meu bem, me levantei com os pés sujos.



Eu acordei com os pés sujos
de quem teve um noite sofrida.
Entre tapas e soluços
eu via a luz do dia
Entre desejos e boêmios
e palavras desmerecidas
eu vivi numa noite mal dormida.
Senti falta daqueles dias
em que despertar no meio
da noite significava abraços
o que agora só significa
melancolia, nostalgia e partida.
Como eu queria algum tempo
desses bem acalentados, quando
a gente desperta com os pés limpos.
De noite curtida e compartida
sem devaneio e desilusão.
Queria era acordar para viver
um dia e não com a sensação
de dia vivido.

ó.





sábado, 25 de dezembro de 2010

pétala de samba

Vais cantar
amar pra depois sofrer
morrer de amor

Vais chorar
lavar pra depois secar
pranto de dor

Vais sonhar
encantar novo amor
renascer

Esperança de viver!

Todo amor perdido
uma vez desiludido
causa pranto
causa dor

Quando a sós
estou sozinho
só preciso de carinho
de um poema e uma flor

No calor de uma paixão
ela intensa ou em vão
traz palavras de amor

Poesias e alegrias
vem com a calma de saber que ainda és minha flor
do querer...

Quando o frio chega
leva embora o poema
que mesmo em papel impresso
não se lê nenhuma dor

isso é que o amor já passou!

e é hora de encontrar outro alguém,
decidir ficar bem junto,
se o perfume lhe convém!



Mariana Barcellos

domingo, 21 de novembro de 2010

Olhar do Outro

Mascando chiclete a covinha pisca.
A menina anota o que observa, olha e anota. Anota e olha.
Eu também tenho um caderno e uma caneta na bolsa. Um caderno de notas.
Pego e anoto o que ela nota, e tomando nota observa. Observo.
Na Estação Brigadeiro outros entram e fecham meu campo de visão.
Pernas, sapatos, calças e saias. Noto e anoto. Tomando nota, observo.
Faz calor a beça! Saio da Brigadeiro. Ato falho bonito.
Tive que esperar outro trem passar.
Lá se foi a menina naquele vagão anotando.
Notou que eu me fui?
Ficou a ver pernas, sapatos, calças e saias.
Tomou nota? Sentiu calor a beça?
Voltei duas estações e cheguei na Consolação...

Mariana B.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SEXO (S)

Você não passou no teste do sofá.

Amoleceu, estremeceu...

e depois não teve coragem de querer saber.

 

Homem tem que ser tão macho quanto sua mãe foi.

As mães tem que ensinar os filhos a serem mais machos, homens de alma feminina e não homens afeminados.

As qualidades da alma feminina estão conectadas com a natureza, os mistérios divinos, a intuição, o respeito e cuidado.

Os homens devem continuar másculos, varonis e fortes, mas devem aprender a serem sensíveis e belos como as mulheres.

Estou cansada de homem covarde, que não sabe cuidar da mulher que amou na noite anterior, achando que espalhar semem na terra molhada não tem valor sentimental.

Homem, as mulheres não são bobas como você. São espertas e tem o terceiro olho acordado. Não vão cair de amor e te sufocar por um simples gesto de cuidado. É preciso saber cuidar de quem você amou.

Mas também tenho um recado para você mulher se acostumar a não ser afobada e sufocar o homem amado. Se sente tanta falta do homem na sua vida é porque tá na hora de aprender a despertar o homem que há dentro de você!

 

Mariana B.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

flor das águas

Quando eu choro, o mar corre no meu corpo...
Atrás de mim tudo fica água de onda azul...
O que fica de mim é só flor, que se deixa levar se molhando no ar...





quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A little bit of nothing.

Eu tenho um duplo que entende um pouquinho de mim.

Sei que um pouquinho não quer dizer muita coisa.

Me apreenderam a idéia de que um tico de coisa

é um igual à um nada de coisa.

Mas esse duplo não é um tico, é um pouquinho.

Eu não sei nada do tico.

Mas ele mesmo assim sabe mais do pouquinho de mim que nem eu sei.

Eu me perdi aqui.

É que o tico faz eu me perder de mim.

É que um tico deixa a gente perdida que nem o nada que me fizeram apreender.


O tico que sabe de mim mais do que o pouquinho que eu sei, tem olho azul e um sorriso de céu, sorriso de dia de sol e de barulho de chuva.

O tico que me deixa saber menos do que o pouquinho que eu sei tem olho castanho e um sorriso de areia, sorriso de areia que a onda leva quando bate.

O tico que me apreendeu tem cheiro de luz.

Um cheiro que acende quando o tico toma conta de mim.


Eu me perdi do tico e continuo perdida de mim. Queria que o tico voltasse comigo que ele levou de presente.



ó.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

visitante

Acordei sozinha,
sem 
despertador
ansiosa e nostálgica
não sei bem do quê
visito seus olhares registrados
seus frames digitalizados
sozinha estou
e pareço notar
detalhes
que antes deixei
escapar
de tanto perceber
ali o seu olhar
senti ele aqui
a
me
visitar