sábado, 25 de dezembro de 2010

pétala de samba

Vais cantar
amar pra depois sofrer
morrer de amor

Vais chorar
lavar pra depois secar
pranto de dor

Vais sonhar
encantar novo amor
renascer

Esperança de viver!

Todo amor perdido
uma vez desiludido
causa pranto
causa dor

Quando a sós
estou sozinho
só preciso de carinho
de um poema e uma flor

No calor de uma paixão
ela intensa ou em vão
traz palavras de amor

Poesias e alegrias
vem com a calma de saber que ainda és minha flor
do querer...

Quando o frio chega
leva embora o poema
que mesmo em papel impresso
não se lê nenhuma dor

isso é que o amor já passou!

e é hora de encontrar outro alguém,
decidir ficar bem junto,
se o perfume lhe convém!



Mariana Barcellos

domingo, 21 de novembro de 2010

Olhar do Outro

Mascando chiclete a covinha pisca.
A menina anota o que observa, olha e anota. Anota e olha.
Eu também tenho um caderno e uma caneta na bolsa. Um caderno de notas.
Pego e anoto o que ela nota, e tomando nota observa. Observo.
Na Estação Brigadeiro outros entram e fecham meu campo de visão.
Pernas, sapatos, calças e saias. Noto e anoto. Tomando nota, observo.
Faz calor a beça! Saio da Brigadeiro. Ato falho bonito.
Tive que esperar outro trem passar.
Lá se foi a menina naquele vagão anotando.
Notou que eu me fui?
Ficou a ver pernas, sapatos, calças e saias.
Tomou nota? Sentiu calor a beça?
Voltei duas estações e cheguei na Consolação...

Mariana B.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SEXO (S)

Você não passou no teste do sofá.

Amoleceu, estremeceu...

e depois não teve coragem de querer saber.

 

Homem tem que ser tão macho quanto sua mãe foi.

As mães tem que ensinar os filhos a serem mais machos, homens de alma feminina e não homens afeminados.

As qualidades da alma feminina estão conectadas com a natureza, os mistérios divinos, a intuição, o respeito e cuidado.

Os homens devem continuar másculos, varonis e fortes, mas devem aprender a serem sensíveis e belos como as mulheres.

Estou cansada de homem covarde, que não sabe cuidar da mulher que amou na noite anterior, achando que espalhar semem na terra molhada não tem valor sentimental.

Homem, as mulheres não são bobas como você. São espertas e tem o terceiro olho acordado. Não vão cair de amor e te sufocar por um simples gesto de cuidado. É preciso saber cuidar de quem você amou.

Mas também tenho um recado para você mulher se acostumar a não ser afobada e sufocar o homem amado. Se sente tanta falta do homem na sua vida é porque tá na hora de aprender a despertar o homem que há dentro de você!

 

Mariana B.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

flor das águas

Quando eu choro, o mar corre no meu corpo...
Atrás de mim tudo fica água de onda azul...
O que fica de mim é só flor, que se deixa levar se molhando no ar...





quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A little bit of nothing.

Eu tenho um duplo que entende um pouquinho de mim.

Sei que um pouquinho não quer dizer muita coisa.

Me apreenderam a idéia de que um tico de coisa

é um igual à um nada de coisa.

Mas esse duplo não é um tico, é um pouquinho.

Eu não sei nada do tico.

Mas ele mesmo assim sabe mais do pouquinho de mim que nem eu sei.

Eu me perdi aqui.

É que o tico faz eu me perder de mim.

É que um tico deixa a gente perdida que nem o nada que me fizeram apreender.


O tico que sabe de mim mais do que o pouquinho que eu sei, tem olho azul e um sorriso de céu, sorriso de dia de sol e de barulho de chuva.

O tico que me deixa saber menos do que o pouquinho que eu sei tem olho castanho e um sorriso de areia, sorriso de areia que a onda leva quando bate.

O tico que me apreendeu tem cheiro de luz.

Um cheiro que acende quando o tico toma conta de mim.


Eu me perdi do tico e continuo perdida de mim. Queria que o tico voltasse comigo que ele levou de presente.



ó.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

visitante

Acordei sozinha,
sem 
despertador
ansiosa e nostálgica
não sei bem do quê
visito seus olhares registrados
seus frames digitalizados
sozinha estou
e pareço notar
detalhes
que antes deixei
escapar
de tanto perceber
ali o seu olhar
senti ele aqui
a
me
visitar


segunda-feira, 5 de julho de 2010

o ser humano mais uma vez altruísta

Estou suspensa no ar! 

em paixão.

os pés fora do chão, relaxados.

o corpo solto e os braços abertos, estirados.

ar!

Meu rosto se enclina para baixo...

tento ver a situação e só o que eu vejo são os meus pés fora do chão.

Um pé machucado, difícil seguir meu caminho

o outro está lindo, me guia dentro da própria escuridão

Não sei não... ninguém está para me amar e eu estou suspensa no ar!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Manhê, me conta uma história e faz carinho no meu cabelo?

É uma daquelas fases

em um daqueles lugares 

poucas vezes na vida

se encontra

não se sabe

onde é e não é

o lugar não te pertence

é só um gostinho 

do que você poderia 

ser 

mas

não é

do que você poderia querer 

ser 

mas 

não quer.

É aquela fase na vida

você  encontra o lugar

onde você poderia pertencer

mas 

não pertence

onde você vive bem

mas 

não vive para sempre.

É aquele momento do percurso

que tem curvas 

quando você queria retas

nada redondo!

Retas

eu disse retas

Onde estão as retas mãe?

Onde estão as retas manhê?!

Talvez as curvas  sejam a falta

se eu encontrar algum dia

alguma coisa

que preencha

algum espaço

vai ser para valer?

Eu, eu vou conseguir fazer valer?

ou vai ser mais uma idéia

daquelas que poucas pessoas têm

na vida mas permanecem idéias

prevalece a falta

ahh a falta. 

Doce desprazer 

que conduz tão sofrido viver

conta outra história

me aponta o sofrimento

dessa tão sofrida história

e as questões?

Cessaram as questões?

Onde estão as questões?

Quem?

As questões?

Onde estão elas?

Cadê vc? 

Tô te esperando

não me diz

por favor

não me diz

você nunca vai aparecer?

Nãomediznãoquerosaberprefiroacreditar

que você vai sobreviver

sejavocêquemforsejaoquedeusquiser.


ó

...


sexta-feira, 4 de junho de 2010

às 7h

escreve pra fugir
escreve pra procurar
escreve pra entender
escreve pra achar

põe música alta, não ouve mais nada
diminui um pouco pra pelo menos se ouvir
diminui um pouco mais e a outra música entra...

acordou sem querer e sem saber pra quê
eram 6h, mas os sonhos mais lindos já tinham passado
era hora de acordar.

a cabeça está limpa... confusa.
o corpo descansado e banhado de café
pílula pra despertar!

sai andando na rua,
descendo a ladeira
encontra o Sol que está a sua altura.
o Sol, ainda perto do mar, subindo entre as montanhas.

respira fundo... espreme os olhos...

o carro de praça já vai chegar
o motorista um pouco desentendido
entra no carro, dois mundos
distintos, passageiro e motorista.

mas tudo isso é só desabafo, acho que nem serve pra poesia... talvez só fragmentos de uma narrativa descontínua.

às 7h, tudo é bonito, menos o trânsito, feixes de luz do sol iluminam os olhos, os cabelos, as pedras, e o espelho da água da chuva de ontem que escorreu na montanha! ah, poesia....


Mariana B.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pão francês todo dia de manhã.



Eu já pensei em me encaixar
na normalidade:
pão com pão,
queijo com queijo,
queijo com pão,
pão no queijo.
Cansada da indigestão do glúten
E da intolerância aos laticínios,
Eu quis mamão com manga
E morango com laranja.
Foi então que eu vi
Numa despedida nada dada
Que nada é: pão com queijo.
Injetei glúten na veia
E resolvi dormir o sono
da cinderela.
Não acordei nem com
O animal domesticado
Lambendo minha orelha.
Tive um sonho daquele tipo anormal
E lembrei que a vida
Não é um morango,
Nem do tipo silvestre.
ó.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Carambolices: Fruta do Conde

Carambolices: Fruta do Conde

Fruta do Conde

que conde foi esse
que recebeu nome de fruta?

gostinho peculiar 
o caroço fugiu, caiu
no chão onde tudo parece que é caroço
procurei, mas o mármore camuflou
se fosse criança o caroço viraria chão

não sou criança, 
queria um abraço, 
e não sei em que lugar este abraço está.


gostinho peculiar
o braço fugiu, saiu
por aí, onde tudo parece que é gosto
procurei, mas o outro camuflou
se fosse adulto não faria esse poema 

pro conde um abraço,

MAR i ANA

domingo, 25 de abril de 2010

mais uma de amor


levou umas coisas
foi embora de mim
mas deixou outras
pedaços de mim

se foi sem sair
saiu e não foi
e eu fico aqui

contando poesia
criando alternativas
de tirar bom proveito
deste caso desfeito


Mar i Ana

sexta-feira, 16 de abril de 2010

AR

respire fundo e tranquilo

 

São muitas as questões,

mas a questão é:

Por que?

 

São muitas as questões

matemáticas

ideológicas

numéricas

ilógicas

filosóficas

 

A questão é simples

como ser ou não ser

A questão te estagna

ou te faz crescer?

 

Essa é a questão...

 

A questão não vai te dominar

A questão vai te motivar...

e é por isso que é questão!

 

Pra que optar pelo não ser?

quer dizer desistir

e nem querer dizer

deixar de ser

Por que?

 

Se a questão quer ser,

quer criar caminhos

quer abrir realidades

pra deixar de ser questão...

 

Uma boa questão é uma questão vivida

Se só sentir, vira questão sofrida!

 

Quanto mais difícil, mas forte

quanto mais forte, mais vivo

quanto mais vivo, mais essencial

quanto mais essencial, mais sublime

quanto mais sublime, mais leve...

quanto mais leve, menos questão

 

Essa é a razão...

 

Mar i Ana

 

 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Shy moon.


Se fosse do gênero romance

o céu estaria azul azul

o sol amarelo amarelo

e o mar bem quentinho.

Eu escolho outro gênero.

O mar talvez esteja quentinho

mas as ondas quebram fortes na beira

a maré está puxando.

Quando eu fui dar um mergulho 

quase fui do leblon à ipanema

você me puxou para você

e foi contra corrente.

A gente deitou na areia ofegante

dividiu a mesma canga.

Ufa...não foi que eu quase te perdi?

Ele disse no mesmo momento 

agarrou na minha mão

o céu então estava azul celeste

mas sem estrela

meu olhar estava vazio de estrela

não de azul.

No meu mundo isso é possível.

Fiquei no azul um tempo.

S  i  l  ê  n  c  i  o.

Mão com mão

sem olho no olho.

Esperei

em vão

o momento

do romance

e fiquei com

o outro gênero.


ó.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

nas entrelinhas das gangorras

menina vai ao parque
sozinha não dá para brincar
quer um contrapeso
para a gangorra equilibrar
ela está cansada de ficar ali
bunda no chão
suja de areia nas beiradas

pediu,pediu,pediu
desejou,desejou,desejou
e a fada do dentre enviou
um menino para na gangorra sentar

"Vamos brincar?"
"siiiiim", ela quis gritar
estava tão feliz, se empolgou

começa difícil
a gangorra é uma arte
demora a equilibrar
na verdade alguem já viu gangorra parada no ar, exatamente no meio?

depois de um tempo a menina percebeu
que o peso que prevalecia era o seu
o menino ficava mais no ar
e quando ela se deu conta seu bumbum já estava de novo na areia.

as vezes, quando ela soltava um pouco o pé,
ela subia ao ar,
mas não era bem assim que ela queria bincar.

o menino, estava ali, feliz a voar,

a menina estava ali, pesada de tanto amar.
m.( de marina )

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Chorare



É uma vontade de dizer para você que não tem nada de errado, é comigo mesmo, o problema tá comigo. Aí eu vou até a cozinha pegar uma taça de vinho ou preparar um chá de romã. Me afogo em mim mesma sem culpa. Tem uma fresta de sol que bate na cabeceira da minha cama. Me atinge os olhos. Eu viro. E reviro. Procuro tapar o buraco mas meu corpo está paralisado, tá pesado, tá carregado de  vazio. Então eu padeço até alguém me puxar pelo pé. As vezes demora dias. E eu padeço, esqueço que existe fé, esqueço da fé de mim, esqueço da fé em mim. E mesmo assim, ainda tem gente que insiste em cuidar de mim. Ainda bem, porque é tão difícil cuidar de mim sozinha. 


ó.

quarta-feira, 24 de março de 2010

"Objeto a" ou A coisa.


Tem coisa que não adianta.

Não adianta só ver para crer

é que tem o soco

pra desacreditar

que acabou o conto

Tem coisa que não tem nome.

Se chama coisa. 

Foi essa coisa 

que não tem nome 

me fez dançar 

num salão 

e não olhar para o lado.


ó.

terça-feira, 9 de março de 2010

Parasita.



Ontem vi dois pombinhos

caminhando pela praia

Freio 

sem querer 

espantei

um bateu asa 

o outro bateu perna

eu pedalei na bicicleta

quando era pequena

tacava areia

me falaram que pombos 

têm piolho

e eu tenho trauma 

de piolhos não de pombos

da próxima vez eu prometo 

deixo eles caminharem 

no acostamento. 


ó.

quarta-feira, 3 de março de 2010

de um só momento




Veloz voa o vento

voltando e vindo sem pressa

o tempo vai com o vento


Sem pressa!

Sem essa de tempo!


O vento que faz o movimento

do mar, das folhas, da gente

que se mete pra ser somente...


O mar acalma o pensamento

e molha todo movimento

voa conforme as ondas do vento

 

Sem pressa!

Sem essa de tempo!


como vento ser só movimento

como mar ser somente ondas

como folha ser circular no tempo

 

Sou só pensamento de ser o que quero neste momento!

Ser um movimento!


não seria eu se não fosse Mar i Ana 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Miss

Eu preencho espaço

Desde que virei o umbigo do mundo

Quinta a noite

Sopa de espinafre

Para preencher o espaço 

que o mundo 

ocupa no meu umbigo. 

ó.