sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maybe next time babe.



Hoje eu vim aqui para recitar algo novo que eu vivi. Escrevi, exprimi laranjas, descasquei batatas. Pensei sobre dor, sobre amor, sobre cerejas. Resolvi que não adianta, a fruta caiu do pé e não é mais primavera. As lágrimas caíram ( o leite escorreu pelo nariz). E hoje eu quis, mais do que ninguém contar como eu vivi, amei, chorei, fui infeliz e continuo a sorrir, quando a lua aparece na minha janela iluminando o meu jardim. Ainda tem outra primavera para viver, ser feliz e quem sabe escrever poesias.   


ó.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ne me quitte pas.


Às vezes parece que a intimidade 
não se aplica que os beijos
sem carinho que o sexo só 
carnal. 

Às vezes vejo que a intimidade
é patrimônio que os beijos 
são vivos que o sexo só
união.

Às vezes sinto que a intimidade 
é o sonho que os beijos 
as imagens que o sexo é
música.

E o amor, só um filme 
bem colorido. 

Ó.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sobre o muito maneiro.


Há quanto tempo não me pego falando "muito maneiro". Não porque deixou de ser maneiro. Não porque eu fiquei velha e amargurada, porque eu ainda tô na flor da idade e inconstamente amargurada. Talvez por que passou o tempo em que tudo era realmente maneiro.

Quando eu inventava algum machucado ou pé torcido para o Zezinho me deixar subir no elevador até o quinto andar, quando o seu Diniz anunciava o fim do recreio e a gente se escondia para perder o próximo tempo da professora Sirley de matemática, aquela mesma que criou meu apelido mais enigmático e que virou chacota nas quadras de vôlei: Sofia, depois: Sophie - meu apelido também foi americanizado.

Quando meu pai me buscava na escola e me levava para comer japonês no Shopping da Gávea, com minha mala pronta no porta-malas, íamos para Angra, os quatro pimpolhos no banco de trás do carro, expremidos, dormindo um em cima do outro. Maneiro era o Jacaré, que vendia saquinho com 10 frumelos por cinquenta centavos e sempre tinha um mau humor dos diabos. Depois de sua morte passou a ser o Lagarto, que para contrariar, tinha um bom humor que enchia o saco.

Maneiro foi a olímpiada da escola, quando o desafio de cada equipe era levar um BBB. Acho que a minha equipe levou o Bam-Bam. Caramba, já tinha BBB quando eu estudava na escola.

Maneiro era a Vilma gritando com os desordeiros no corredor. Maneiro era falsificar assinatura do meu pai na advertência e nunca ser descoberta. Maneiro era comer pão-de-queijo e Mate-com-limão-normal todos os dias, hábito que por sinal eu carrego até hoje, só que agora, é QUASE todos os dias. Maneiro era comer e não engordar mesmo que eu nunca tenho sido lá muito magrinha. Maneiro era achar cigarro a pior coisa do mundo e tomar o primeiro porre. Ficar com alguém e contar para as amigas que ele colocou a mão na sua bunda, como se isso fosse a coisa mais transgressora do mundo. Maneiro era dormir à tarde, ver Dawson's Creek e sempre torcer para que a Joey e o Dawson ficassem juntos mesmo gostando mais do Pacey. Maneiro era não estudar e me dar bem na escola, hábito que por sinal eu também carrego até hoje, só que hoje não é tão maneiro assim e eu não me dou tão bem assim. Como era maneiro fazer pedágio na rua e conseguir dinheiro falando que eram para os uniformes do time de futebol da rua. Enfeitar a rua na copa do Brasil e sempre sair com todas as roupas manchadas. Tomar banho de chuva. Como era legal tomar banho de chuva...

Maneiro era tudo antes, depois tudo ficou... sei lá, não tão maneiro assim. Agora os adjetivos são outros, porque maneiro mesmo, foram os meus tempos de garota marota.


ó.