segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Um nada bem pequeno é um nadinha.



Te deixei e fui.
Me perder.
em outras águas
me banhar
Com olho de angústia
e coração de águia.
Fui.
Não me encontrar 
sem te esquecer
Tem gosto de sorvete
sem calda de cereja. 

ó.

 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

NOITE à MAR

Espero
que tenhas gostado
de ter me amado
sempre que te amei

àquela noite linda
em que as estrelas
presentiaram
a sua tão leve
presença

de amor
bom sabor
sem dor

o meu amor
sentido infinito
sentimento corrompido
de mim
quando o corpo meu
tem vida própria
por se fazer
só a
mar

se cria
se transforma
só a
navegar

Espero
em nosso mar
com cheiro de ar
de vento sal
sal doce
a
mar

...

MAR i ANA

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Dois perdidos.

Bonito por demais meu querido rapaz 
que não nega a raça que se encolhe  
se esconde e se recolhe 
Dentro do seu mundo de aparências 
eu vi um lindo rapaz
De tanto mentir para sí  
convenceu todo o mundo do seu mundo 
esqueceu de si e delá
lembrou de mim 
aquela que comprou mas devolveu
viu que mais valia perder-se em paz 
do que dar corda para esse  
ingênuo rapaz 
Puro pateta 
de tanto mentir para o mundo 
perdeu-se de sí 
mas não se encontrou nela.

ó.

sábado, 12 de dezembro de 2009

by the Stars

Noites de estrelas
no céu a brilhar!
Brilham a vida
junto ao luar!

A lua ausente
está noutro lugar.
As estrelas contentes
estão onipresentes.

O cinto de Órion
une as três marias,
amarram com beleza
a sábia natureza.

O cruzeiro do sul
vem me adereçar,
estar neste caminho,
aonde vou parar.

O lugar pra estar no mundo
acontece a cada segundo.
Estrelas e planetas
guiam as violetas.

O mar lá distante
ecoa sons de movimento
são sons de mudança
como faz o vento...

Suspende-se estrelas
sob meu coração,
ilumina meus olhos,
inspira minha emoção!

Quão bonitas são estrelas
tão seguras, tão presentes
não mudam a distância
mas aproximam a nossa gente

Daqui e de lá, o céu é o mesmo
Só distâncias muito grandes
dão os focos diferentes...

Assim, escuto as estrelas
só de vê-las e estar
sob elas no mesmo lugar
só parar para escutar

A noite é de estrelas!
Sábias são as noites!
Cada uma, um compasso,
poesia de cometas...

Sábias são estrelas
são como poetas...
E eu a escutar
só ouço coisas belas!

O que me dizem as estrelas
dizem a todo instante
dizem sol e dizem lua
dizem céu e dizem mar

São assuntos de criança
que não param de brilhar
São dizeres pequeninos
da grandeza do luar!


Mariana B.

sábado, 5 de dezembro de 2009

CARA DE LUA

Minha cara de lua
busca na rua 
o que sou eu

Minha cara de lua
assim como a sua
ainda não respondeu

Minha cara de lua
sempre tão nua
diz que não se escondeu

Minha cara de lua
circula na rua
um brilho meu

Minha cara de lua 
procura na rua
outras caras de lua
que ainda não sou eu

Minha cara de lua 
ainda está crua
do algo a mais
de você e eu

Minha cara de lua
tão clara, tão branca
tão cara de perfil

Minha cara de lua 
escolhe um ângulo
frente, lado, sutil

Essas faces são fases 
tão caras de lua
tão sempre gentil

Minha cara de lua 
recebe do Sol a luz
que enfim sou eu

Oh! Minha Lua...
Minha cara de rua
assim engrandeceu

Minha cara de lua
de um lado tão sua
do outro só meu

Minha cara de lua
assim como a sua
é cara de lua
assim como eu

Minha cara nua
está a procura 
mas sabe que é lua
e essa sou eu!


Mariana B.



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

tá comigo!


eu quero saber escrever, eu quero saber namorar, eu quero saber atuar, quero saber viver, saber ganhar, saber perder, saber amar, saber comer, saber fazer, saber te ver, sabê enxergá, sabê mexê, sabê mudá, saber dizer, saber falar, saber respirar para então morrer.

morrer? eu vou morrer? como isso vai se dar? eu vou poder escolher? por que pensá nisso agora, se eu nem comecei a viver, quer dizer...
... viver, eu vivo, mas eu existo mais que vivo, mantenho mais que destruo, ganho?
não, mas consumo!
querro arriscar, me expor, e ver no que vai dá, como é que vai c.

ah, como seria bom viver só para amar, só para te ter, e não sofrer por saber que tudo pode se acabar, até eu e você.
mas esse fatalismo tem que parar, o ocio me faz pirar.

o osso duro de roer, é o que eu tenho que mastigar, para viver e não apenas sobreviver.
um,
dois,
três
e vamos lá!

não vale se arrepender


começa com M e termina com arina.

sábado, 28 de novembro de 2009

Carta a Ti



Bela menina,
ao som de um piano
que te faz chorar...

Menina linda,
com olhos imensos
da cor e do tamanho do mar.

Misteriosa menina,
que ainda não decidiu
se é moça ou mulher...

Olha pra lua,
acompanha teu ciclo
que remexe seu encantar

Ame, menina,
a ti pra poder sempre amar.

Menina, ame
sua maneira de observar
e aceite que sozinha está
e assim nada te faltará.

Seja menina,
tão bela e tão mulher
Seja quem tu és
para contigo sempre estar.

Seja sol, seja chuva
Seja brisa, seja vento
é você que se deve amar
querendo um amor para
um dia se entregar

Mas não esqueça menina,
não esqueça de contigo estar!

Aceite, menina,
que encontrou um belo amor
Aceite, mulher,
que ainda não sabes amar
por mais grande e sincero,
saiba estar, sem pensar,
sendo só possível quando
se sabe própria amar.

Viva a ti! Sejas tu!
Repetirei eternamente,
e assim saberás quem tu és
e como é amar um
grande, belo e sincero amor

Menina Bonita que na
verdade é bela flor
com verdades de anjo
e sem medo de dor
com cabelos de sereia
e olhos de sol e mar...

Triste alegre menina,
com poesia no coração,
com metas de emoção,
com certeza em vão
procuras uma razão
para ser bela a ti somente,
quando linda és tu
e tu és de mais ninguém...


Mariana B.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maybe next time babe.



Hoje eu vim aqui para recitar algo novo que eu vivi. Escrevi, exprimi laranjas, descasquei batatas. Pensei sobre dor, sobre amor, sobre cerejas. Resolvi que não adianta, a fruta caiu do pé e não é mais primavera. As lágrimas caíram ( o leite escorreu pelo nariz). E hoje eu quis, mais do que ninguém contar como eu vivi, amei, chorei, fui infeliz e continuo a sorrir, quando a lua aparece na minha janela iluminando o meu jardim. Ainda tem outra primavera para viver, ser feliz e quem sabe escrever poesias.   


ó.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ne me quitte pas.


Às vezes parece que a intimidade 
não se aplica que os beijos
sem carinho que o sexo só 
carnal. 

Às vezes vejo que a intimidade
é patrimônio que os beijos 
são vivos que o sexo só
união.

Às vezes sinto que a intimidade 
é o sonho que os beijos 
as imagens que o sexo é
música.

E o amor, só um filme 
bem colorido. 

Ó.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sobre o muito maneiro.


Há quanto tempo não me pego falando "muito maneiro". Não porque deixou de ser maneiro. Não porque eu fiquei velha e amargurada, porque eu ainda tô na flor da idade e inconstamente amargurada. Talvez por que passou o tempo em que tudo era realmente maneiro.

Quando eu inventava algum machucado ou pé torcido para o Zezinho me deixar subir no elevador até o quinto andar, quando o seu Diniz anunciava o fim do recreio e a gente se escondia para perder o próximo tempo da professora Sirley de matemática, aquela mesma que criou meu apelido mais enigmático e que virou chacota nas quadras de vôlei: Sofia, depois: Sophie - meu apelido também foi americanizado.

Quando meu pai me buscava na escola e me levava para comer japonês no Shopping da Gávea, com minha mala pronta no porta-malas, íamos para Angra, os quatro pimpolhos no banco de trás do carro, expremidos, dormindo um em cima do outro. Maneiro era o Jacaré, que vendia saquinho com 10 frumelos por cinquenta centavos e sempre tinha um mau humor dos diabos. Depois de sua morte passou a ser o Lagarto, que para contrariar, tinha um bom humor que enchia o saco.

Maneiro foi a olímpiada da escola, quando o desafio de cada equipe era levar um BBB. Acho que a minha equipe levou o Bam-Bam. Caramba, já tinha BBB quando eu estudava na escola.

Maneiro era a Vilma gritando com os desordeiros no corredor. Maneiro era falsificar assinatura do meu pai na advertência e nunca ser descoberta. Maneiro era comer pão-de-queijo e Mate-com-limão-normal todos os dias, hábito que por sinal eu carrego até hoje, só que agora, é QUASE todos os dias. Maneiro era comer e não engordar mesmo que eu nunca tenho sido lá muito magrinha. Maneiro era achar cigarro a pior coisa do mundo e tomar o primeiro porre. Ficar com alguém e contar para as amigas que ele colocou a mão na sua bunda, como se isso fosse a coisa mais transgressora do mundo. Maneiro era dormir à tarde, ver Dawson's Creek e sempre torcer para que a Joey e o Dawson ficassem juntos mesmo gostando mais do Pacey. Maneiro era não estudar e me dar bem na escola, hábito que por sinal eu também carrego até hoje, só que hoje não é tão maneiro assim e eu não me dou tão bem assim. Como era maneiro fazer pedágio na rua e conseguir dinheiro falando que eram para os uniformes do time de futebol da rua. Enfeitar a rua na copa do Brasil e sempre sair com todas as roupas manchadas. Tomar banho de chuva. Como era legal tomar banho de chuva...

Maneiro era tudo antes, depois tudo ficou... sei lá, não tão maneiro assim. Agora os adjetivos são outros, porque maneiro mesmo, foram os meus tempos de garota marota.


ó.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Fragmentos de meself.

Eu não posso enlouquecer, mais

Para quem eu vou recorrer?

Talvez eu não possa mais contar.

Só com as minhas malditas idéias,

todas fora de lugar.

Ou dentro de mim, só para mim.

Ai Deus! Como eu queria compartilhar.

Poder transformar em idéias

para fora, em algum lugar

que eu ainda não consegui

encontrar

Eu busco a leveza.

Onde será que você está?!


Eu andava de ônibus e

só pensava para onde ele ia me levar.

Ônibus, dá a volta no meu ponto,

me deixa em outro canto?

Me leva para outro lugar,

mas não me deixa dormir esperando.


E por alguma força maior,

mesmo com as idéias onde

não deveriam estar,

ainda existe aquela lágrima

que não, eu não vou deixar ela me inundar.


Okay, talvez eu seja diferente,

mas quem se acha normal?


ó.


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

It burns.


O meu primeiro amor 

não foi um

talvez alguns

Nunca comprometidos.

Foi sempre um sonho 

daquilo tudo

que poderia e não pode.

Daquilo que pede,

sem sentido.

Daquilo que foi dito 

mas tão

incompreendido.

Daquilo que dói.

E é escrito, sonhado,

não acumulado. 

É sempre tudo novo

de fora do seu mundo

para dentro do meu,

do meu mundo. 

Só é eterno quando

não cometido.

O primeiro amor só 

é eterno

por enquanto.


ó.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

tragédia

eu preferia acreditar em amor eterno.
o primeiro amor devia ser eterno. é horrível que não seja. eu me pergunto:
será que Freud foi feliz?
ou apenas " muito bem resolvido"
?
acho que enlouqueço porque vivo no meu mundo, fantástico
não trabalho + só me dou o trabalho de ler o que gosto
mamãe paga minha viagem para S.P para ver Pina
sonho em viver de fazer apenas o que acredito
acredito que só se vive pelo amor
pois bem,
eu morreria de amor
se ao menos o amor viesse....
ai, como é horrível ser romântica

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Don't you wanna dance with me?



Vou sair por aí,

crescer, multiplicar.

Essa vida tá dura. 

Vou ter que sair, 

trabalhar, ganhar, 

perder e recomeçar.

Ai que cansaco só de pensar. 

Eu vou sair por aí,

crescer, viver,

desmarcarar.

Não quero, nem vou

parar de usar 

tudo que termine 

com ir, er e ar,

porque o meu infinitivo

dá um esboço, 

ganha o espaço.

Vou sair por aí,

De passo em passo. 

passar,destruir, 

mutar, ruir, 

desmistificar

Zé Celso me ensinou

que para viver,

tem que desapegar,

não ter anceio nem medo. 

Vamos ficar nus e ser feliz!

E que tudo dure  

o tempo 

que durar.


Ó.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009







A curiosidade matou o gato que tinha comido o rato e fez eu comer todo o queijo da geladeira. 








ó.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Au ciel.


   

"Mas a ansiedade em relação a um novo estado, ou talvez a irritação causada pela presença daquele homem, bastara-lhe para que acreditasse que possuiria, enfim, aquela paixão maravilhosa que até então era tida como um pássaro grande de plumagem rosa planando no explendor dos céus poéticos - e ela não podia imaginar agora que aquela calma em que vivia fosse a felicidade em que sonhara."

Madade Bovary. 

sábado, 22 de agosto de 2009

Muita hora nessa calma.


Me entupo de bagulhos 

uns alucinógenos outros um pouco menos

uns preenchem outros esvaziam mais 

e mais e mais e mais.

Quis parar. Pedi para parar.

Será que eu ando ultrapassando barreiras

ou tudo está como deveria estar?


Stop.


E agora?

Rewind ou fast forward?

Já disse que não quero parar. 

Já disse que não quero tempo.

Chega de analisar.

A onda é viver sem ver o tempo passar

Ou é passar vendo o tempo viver?


Ó.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Diluído.


É tanta dor que eu perco a vontade de escrever. 

Só sai: dor dor dor.

Nem penso mais que você ficou de me ligar, 

que eu esqueci de te atender,

Que não aconteceu o que tinha que acontecer,

nem vai mais. Quem sabe daqui algum tempo.

Me engano que eu gosto. 

Não quero tempo, não quero tempo.

O que eu sinto é dor de saudade da falta de tempo.

Não doía tanto tempo assim.

O melhor é que dessa vez não é dor no peito.

Meu lado esquerdo tá vazio,

que nem bolinha de sabão. 

Ou melhor, bolão. 


Ó.

domingo, 9 de agosto de 2009

Meu pai virou anjo.

Novembro, 1999



Em um cartão qualquer, de uma papelaria qualquer, há uma menina de cabelos em pé, sentada em um tapete de Yoga de pernas cruzadas, Nag Champa deve ser o incenso. Ela sorri quando olha para o desenho de um mundo cheio de perninhas para o ar. Com letras tortas de cor branca num fundo rosa pink, lemos a seguinte frase:


" Seu mundo caiu?


Corre pro meu que ainda está de pé."


Ao virar o cartão qualquer, de uma papelaria qualquer, um pai se angustia ao ver a filha numa fase que vai... Uma inocência perdida naquela aborrecente que outrora era uma criança e agora é só uma menina.


Pinguinha,


Vou estar sempre ao seu lado, as vezes a vontade de te fazer feliz, de resolver todos o seus problemas atrapalha, atropela... Tem coisas que só a gente pode resolver. Não adianta amor de pai, devoção... Tem coisas que só você vai poder resolver. Mas sempre estarei ao seu lado.


Beijos,
Pai.


Anos depois, no dia dos pais, aquela que não é mais uma criança, nem mais uma menina deita nos braços do oceano, se acolhe na água quentinha que ela não pode mais pegar e se deixa levar à deriva no mar. Ela quer colo de pai. E sabe que quem nunca deixou de cumprir uma promessa, agora anda sempre ao seu lado como um anjinho da guard. Sempre que seu mundo cai ela corre para ele e tudo fica bem...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Fracasso de um dia mais ou menos sucedido (ou como o vazio tomou conta de mim).


Não é por fazer quem eu sou

ou por ser quem eu faço. 

Não foi porque desenrolou. 

O que aconteceu foi um nó mal feito...

Daqueles que faz a gente sofrer quando desfaz.

O que eu fiz comigo, quando aceitei você como um pedaço de mim? O pior é que na verdade, de mim você não tem nada, amor.

Quando tudo que você faz não me faz, não me diz, só me afasta...

 muito de mim.

 Quando esse tipo de coisa que metódicamente você faz me dói,  pergunto o quão profundo esse ferimento realmente necessita ser. É esse maldito vazio que faz tudo crescer? 

Sim, tem outras coisas.

 Não foi orgasmo... eu sou atriz esqueceu?

Isso tudo é só. 

É para te lembrar que você é menos do que pensa ser e eu sou mais do que pensa que sou. Quantas vezes eu já te disse que você não me conhece?! 

Caralho, amor.

Um dia, quando a raiva passar você vai querer escutar, mas adianto logo, você é tão bobo que provavelmente de nada vai adiantar. 

O pior de tudo é que toda essa raiva é puro orgulho, é para preecher o vazio que você plantou em mim... 

Não fica chateado, nada pode ser tão grave assim...

Eu que o diga para mim mesma. 


Ó.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Só vive quem vive (parte 8 1/2)

O que acontece comigo.

tanta coisa para fazer, mas nenhuma vontade...
tanto acaso para ocorrer, mas nenhuma...
tanta neurose para resolver, mas nenhum...
Parece que o mundo vai acabar
Eu tô com um medo de tudo
medo de escorregar, medo de falhar, medo de errar, medo de não chegar, medo
de você não me amar
o que é que eu faço se isso acontecer? de novo
não quero mais brincar
era tão mais fácil adiar
deixar pra lá essa história de se apaixonar
apenas idealizar e viver por roteiros e livros
um amor que eu já não espero mais vivenciar
porque as coisas hão de acabar
mas que loucura, ainda nem começou
mas essa mania de querer saber onde é que vai dar, se é que vai dar
menina, pará com isso! Deixa rolar! Ah, mas eu não consigo! eu preciso planejar, destrinchar, secar, deteriorar, acabar. É isso. Eu preciso acabar. Evitar. Não arriscar. Imagina? Te perder, sem nem ter querido ainda te achar. Me achar, sem nem ter podido ainda me perder.
Isso tudo dá muito trabalho, é muita coisa para hipoteticar. Onde será o botão para desligar?
Preciso de um freio. Não, não é isso. Porque freio é para parar e parada não dá pra ficar.
Preciso de uma planta que eu fume e consiga me tranquilizar. Não, mas também não é isso, escapar só vai fazer adiar o que eu quero me livrar. Mas do que eu quero me livrar mesmo?
Ah sim, do não saber, do medo, das coisas, das neuroses, dos livros, dos roteiros, de mim e de você.
Me livrar de viver

O que acontece comigo?


m.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Hard day's night.


Mazelas de um noite 

mal dormida

de uma ressaca 

que corta, arranha 

qualquer raio de sol 

que em minha

janela brota. 

Mais um dia de cabeça,

mais um de coração.

Uma dor de ressaca que

amassa, rasga minha santa

sobrevivência. 


O.

sábado, 1 de agosto de 2009

A culpa é toda minha.

Hoje eu acordei querendo não acordar. Tive um sonho estranho e desejei mais do que nunca matar alguém. O maldito que me deu um calote. Minha mãe que entrou no meu quarto e acabou com meus ultimos minutos de sono. Meu despertador que tocou antes disso eu taquei na parede e caiu em pedacinhos... Não sei se foi a maldita dor no meu ombro que vem me importunando ultimamente. Talvez tenha sido arrependimento pelos desvios de conduta que a outra parte da minha personalidade insiste em fazer, não dá para entender. Ai que raiva acordar e ver que minha meia não estava no lugar. Que não tem nada para comer na geladeira. Cigarro? De manhã não dá... Ai essa falta minha! De um-milhão-de-coisas.  De um-milhão-de-coisas? Aí a vontade de matar alguém passou. Eu olhei um sorriso azul de manhã. E vi que a raiva era o medo de como vai ser quando isso acabar. Aonde será que tudo vai dar? Nem aconteceu e já estou com saudades...Eu que ainda reclamei tanto... ai que raiva de mim. 


OB

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sobre homens e livros


Ao entrar em uma livraria charmosa, como a Travessa, podemos até não saber o que queremos, mas uma coisa é certa, sabemos o que não queremos.


O fato de estar ali, e não em qualquer outra livraria, já exclui as opções que você não quer. A iluminação é favorável, o cheiro é gostosinho, as pessoas são blasés e não há atendentes querendo lhe empurrar livros, até porque lá os livros se empurram.


Vagando pelas bancadas avistamos aquela capa. Não sei bem o que é, mas algo daquela capa exerce um poder magnético. O título é interessante e o autor.... bem, já ouvi alguem falar alguma coisa em algum lugar...


Então você leva o livro, a capa, o cheirinho gostosinho, a iluminação favorável e a certeza das coisas que você não gosta, mas que não correm o risco de cair em suas mãos, já que você está ali, na Travessa.


Você senta e flerta com sua nova aquisição por algum tempo, desfruta o ambiente. Mas o verdadeiro encontro se dará em casa. Todas as expectativas depositadas em um livro são concretizadas, ou não, em uma segunda-feira chuvosa, como a de hoje.


É quando você acende o abajur, um incenso, deixa Edith baixinho no ipod e leva ele pra cama.


Será que ele vai tirar seu sono? Será que vai te dar mais sono? E todo aquela sensação proveniente da condição de quando vocês primeiro se encontraram?


Não criar expectativas significaria uma não vida.


Não há como saber o que vai vir a ser,


o único jeito é deitar e folhear


e quem sabe,


com ele sonhar.

m.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Unplugged

Algumas vezes, para me variar, eu tento ser um outro alguém. Peço para sair de mim só um pouquinho. Na maioria das vezes não dá certo. De vez em quando que dá. É quando eu me vejo de fora e volto para deep inside. And it feels so good....

ó.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sem querer querendo...

Eu te disse.

Sem querer,

sem nada para dizer.


Você me disse.

Sem querer,

nem nada para dizer.


Eu ouvi .

Sem querer,

o que eu ia dizer.


Eu ouvi.

Sem querer,

algo vindo de você.


Eu senti.

Sem querer,

algo sem dizer.


Eu senti.

Sem querer,

parecida com você.


Eu te quis,

Sem querer...


E esqueci.

Sem querer,

o que era para dizer.


E esqueci.

Sem querer,

o que é eumaisvocê.


E me repeti.

Sem querer

querendo eumenosvocê.

ó.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bati, liguei, deixei recado na caixa postal


Fica pruma próxima

Quando a coisa começa a ficar muito complicada
E deixa de ser espontânea
Aí, não tem mais graça
Era para ser simple
Como em um filme francês
Onde as pessoas se experimentam
Vivem intensamente
Pagam o preço por isso
Contam a experiência de viver intensamente

Fica pruma próxima
Vida
Aparentemente
Você deve ter ter outras
Para complicar tanto o descomplicado
Eu
Só tenho uma
.
.
.
.
?
o que hoje é o ar que eu respiro
amanhã, é monóxido de carbono
Marina (agora dando nome as unicornias)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Carta ao meu primeiro admirador...



Engraçado pensar que eu fui seu primeiro amor quando eu nem sabia o que era amor.
Ainda dizem que as meninas são mais precoces.
Eu não era, talvez por isso tenha sido tão difícil.
Ainda tenho o mesmo sorriso, sabia? Meus cabelos ainda são pretos,
mas com a idade eles ondularam nas pontas. Até gosto mais deles assim... Você ainda tem olhos de jabuticaba? Agora me pergunto isso...
Fiquei muito tempo sem lembrar de você e passei muito tempo tentando esconder
tudo de mim...
Agora leio essa linda carta e me recordo perfeitamente do seu gol... Foi para mim não foi?
Eu fui para você.
Acho melhor que a gente continue sem a gente.
Você pode não lembrar, mas eu lembro o seu nome. Ele sempre me chamou atenção
porque foi o único assim que eu conheci...
Mas deixa desse jeito. Guarda em você essa linda imagem de mim? Porque
eu criei calo... Desiludi. No fundo eu ainda sou aquela menina nem tímida nem extrovertida, só que o mundo não gostou assim...


Lembranças eternas da nossa infância...

Com carinho,

D'eu pra você.

ó.

domingo, 21 de junho de 2009

A little less conversation...

Eu te chamo de maluco.
Baboseira.
Maluca sou eu...
Daquele tipo vulgar.
Sem pé,
com um pouco de cabeça.
Posso te pedir um favor,
só um?
Go play poker and
stop playing me...
Pelo amor de Deus.

Ó.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Bullshit


Não ligou.
Sonsa eu
que ainda esperei.
Dia sim, dia não
as mesmas promessas...
Telefones não dados.
Beijos apaixonados.
Sonhos alados,
Desses acordada.
Sonsa eu.
Que ainda acredito
no dia em que vai tocar.
E não vai ser às três da manhã...

Ó.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Choveu.

Caminhei pela chuva melancólica,
com um sorriso, calmamente.
Quem sabe
aliviasse minha alma,
afogasse minha mágoa.
A chuva parou.
O vento também.
Deu calor, um calor fresco.
Por um segundo
me senti só e livre.
Muito livre,
mas só.

ó.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Au revoir.

A vontade de querer ir
E não ter para onde.
Exilo-me longe.
Naquele lugar se fala

Outra língua
Ouve-se um novo
Barulho bagulho
O vento

Venta torto.
O sol bate diferente.
Lá que sou
O que pretendo.

Ninguém vai contra
Corrente. Um ou outro,
Nesse mar de loucos
- Esse é são.

Livre eu vou sempre.
De repente então,
Acordo Blasé
E sem coração.

ó.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quero mudar meu mundo II.

Parei
De falar
Sobre amores perdidos
Nas noites desconexas
De sentimentos vazios.

Parei
De sair
Na noite vazia
Com pessoas perdidas
De sentimentos desconexos.

Parei
De ser
Uma pessoa desconexa
Com amores vazios
De sentimentos perdidos.

E agora?


ó.

domingo, 3 de maio de 2009

Quero mudar meu mundo.

Queria jogar as palavras na parede.
Bater a cabeça no papel.
Como eu não queria ter aparecido.
Em lugar nenhum.
Acho que eu te vi.
De longe.
De relance.
Será que vai ser para sempre?
Acho que não.
Já tiveram outros no buraco que você ocupa.
Talvez eu tenha dado um espaço maior.
Mas dói tanto.
Pior que dor de dente.
Isso que você nem sabe.
Já deixou de ser divertido.
Pensar em você.
Achar que eu te vi.
De longe.
De relance.
Eu quero algo constante.
Na mesma intensidade
Só que constante.
E dá tanta raiva.
Achar que você me viu.
Você não me conhece.
Acho que nem te conheço.
Mas consigo te reconhecer.
Não quero mais.
Porque eu quero muito.

ó.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

se é canto de Ossanha, não vá!
(réplica)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Da carne ao verso.

Monotemática. Declaro-me monotemática e com vergonha de ser nú. Não na nudez do corpo, aquela da carne, à qual poucos têm o privilégio de ver. Mas na nudez dos meus versos. Aqueles que muitos têm o privilégio de ler. Mas poucos o fazem. A minha nudez é monotemática. Toda nudez é monotemática.

ó.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Recado.


Para você
que me ama
e não sabe.
Te deixo saber
que te amo
e nem sei.
Porque hoje eu
te quis
sem saber,
Que viver
sem te ter,
não é viver,
é coesistir.
ó.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Duvidança.



vida
du
vida
re
vida
em
vida
vi
vida.
ó.

domingo, 29 de março de 2009

Se Grotowski fizesse minha aula de Ética Cristã...


Rio, 27 de março de 2009.

Á professora de Ética Cristã,

Venho por meio desta esclarecer uma (mais uma) confusão feita por você em nossa última aula de Ética Cristã.

Ao tentar nos convencer de que ainda existe um Ethos (discussão que não vou aprofundar nesta carta), você nos indagou a respeito da fonte de Ética, de onde ela viria?

Seu posicionamento não fez sentido. O que não é uma novidade. Já que sua postura diante de questões difíceis é sempre uma tenativa de obter rapidamente, do modo mais fácil, uma resposta vaga, na esperança de que receitas milagrosas possam livrar-nos de todos os nossos problemas.

O ponto na qual quero chegar, o que mais me chamou atenção, foi sua explicação, e aqui cito suas palavras “do paradigma paixão e razão”.
Colocando-os em um campo de batalha, você concluiu que a razão consegue controlar, vencer, a paixão.

Como?

Saiba você que as emoções são independentes da nossa vontade. Não quero estar irritado com determinada situação mas estou. Quero amar uma pessoa mas não posso amá-la, me apaixono por uma pessoa contra a minha vontade, procuro a alegria e não acho, estou triste, não quero estar triste, mas estou. O que quer dizer tudo isso? Que as emoções são independentes da nossa vontade.

Assim como a paixão é independente da nossa razão.

A maneira de zerar a memória/corpo é atráves do extremo cansaço físico, as vezes chegando a dor. E se começamos a fazer coisas difíceis, começamos a encontrar a confiança primitiva em nós mesmos. Levando o corpo ao limite chegamos ao marco zero e começamos a reagir por impulsos. Não por psicologia.

Portanto a cura da paixão nada tem a ver com a razão e sim com a exaustão.

Atenciosamente,
Jerzy Grotowski

terça-feira, 17 de março de 2009

50 Versos que me levariam à Apoteose
"I have no idea what i am talking about
I am trapped in this body and can't get out"
"I want to be someone else or i'll explode
You want me?
Fucking, well come and fine me
I'll be waiting
With a gun and a pack of sandwiches"
"Let's go down the waterfall
Have ourselves a good time
It's nothing at all
Nothing at all"
"You'd kill yourself for recognition,
Kill yourself to never ever stop
You broke another mirror,
You're turning into something you are not"
"But if you wanna show, just let me know
And I'll sing in your ear again"
"We are accidents waiting
Waiting to happen"
"I am the key to the lock in your house
That keeps your toys in the basement
It's always best when the light is off
Open up your skull
I'll be there
Do not cry out or hit the alarm
You know we're friends till we die"
"Everybody leaves
If they get the chance
And this is my chance"
"When you think you've got the world all sussed out
They're the ones who'll spit at you
You will be the one screaming out"
"I'm your superhero
We are standing on the edge"
"Ice age coming, ice age coming"
"I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide"
"She looks like the real thing
She tastes like the real thing
It wears her out, it wears her out"
"What the hell am i doin here?
I don't belong here
I don't belong here"
"Just cos you feel it dosen't mean it's real
Just cos you feel it dosen't mean it's real"
"It's the best thing that you ever had
The best thing you ever had has gone away"
by Radiohead

terça-feira, 10 de março de 2009

Talvez Obrigada.

Talvez
Se caminhos diferentes

tivesse seguido
Se meu pai não
tivesse morrido
Talvez
Se para lugares distintos
tivesse ido
Se outras pessoas
tivesse conhecido
Talvez
Se me apaixonasse pelas
pessoas certas
Fizesse as escolhas
erradas
Sobrevivesse de maneira
adequada
Talvez
Teria perdido
a esperança
Ou esquecido
minha infância
Talvez
Fosse a mesma mulher
Ou alguma outra qualquer
Talvez.
ó.

domingo, 1 de março de 2009

Não estou bem não tomo antidepressivo ou tipo algum de remédio própolis cura qualquer doença sigo uma dieta saudável deslizo na cerveja sempre escorrego na cerveja que nem em casca de banana não quero saber de amor foi uma lenda que alguém criou para iludir os iludidos engana trouxa não sou disciplinada não sei ter responsabilidade por mais responsável que eu seja não acredito em destino de conto de fadas nem na vida real acredito em sonho que nem o que eu tive no verão tinha um pôr-do-sol colorido todos os dias daqueles que se põe no meio do mar e da vontade de ir nadando de tão quentinho e aconchegante mas é longe demais dá uma preguiça sinto saudade do que passou e do que ainda está por vir queria ser uma borboleta e sair voando mas ai eu lembro que ela não voa longas distancias e desejo ser eu mesma novamente quem sabe na próxima vida eu nasço um girassol que algum homem apaixonado dê para alguma mulher apaixonada e eu seja cultivada com muito amor e carinho sem chaves na porta de casa sem telefone ou televisão queria fazer fotossíntese que nem uma planta daquelas que dá onda pegar um tubo em Pipeline escalar o Monte Evereste plantar uma árvore fazer um filme quem sabe escrever um livro ou uma poesia de verdade não só um vômito de tolices.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

Livre Arbítrio Livre by Exagerada



Cheguei lá. Naquele lugar que é tão livre, que assusta.
Não há o caminho de um outro para me apoiar. I`m dancing with myself.
Isso já tinha me acontecido,uma vez. Na verdade, duas. Foram meus projetos de amores eternos anteriores.
Você foi o terceiro. O mais idealizado e menos praticado.
Certa vez me disseram que somente quando nos desconstruimos, nos reinventamos.
Quando tudo perde o sentido, não sabemos mais em que direção ir, e so on.
Me sinto sozinha pela primeira vez em muito tempo. Sozinha. Parte pelo amor que senti por você, mas sobretudo pelo amor que você não sentiu por mim.
Acabaram meus planos, meus projetos de possíveis amores. Não tenho mais nenhum.
Não tenho compromisso com nada, a não ser comigo mesmo.
Se vou construir minha carreira, mudar o mundo, preservar o meio-ambiente, só depende de mim.
A liberdade, uma das poucas bandeiras que tenho, dá mais trabalho do que parece. É tão mais fácil seguir o óbvio.
São raros os momentos da minha vida que vivencio a paz de espírito que agora me acalma.
Já nasci afobada, com medo de perder alguma coisa importante. Cresci ouvindo frases como “ah, mas eu também nunca falei nada”. Ou “só fui descobrir depois, que ele era apaixonado por mim”. E a campeã de todos os tempos “Meu Deus, como o tempo passa rápido”.
Agarrei-me ao carpe diem da aula de Arcadismo, e dei início ao meu fugere urban. Fiquei tão preocupada em cometer os erros da sociedade “corrompida”, que acabei tropeçando, já na minha saída pelo mundo, com o turbo ligado.
Nunca gostei do 8, sempre colei no 80.
Tinha tanto medo de me arrepender das coisas que não fiz, das pessoas que não amei, da carreira que não construí, tanto medo de errar.
Fiz análise, mapa-astral, passei a só comer integral. Fiz yoga, virei poliglota. Fugi para a Oceania e antes para a terra da “nonna mia”.
Mas nada disso realmente resolveu. O vulcão dentro de mim, ao que parece, só cresceu. E se fortaleceu. E quanto mais eu vi e vivi, mais entusiasmada fui ficando com a vida.
A gente só tem uma (ainda não flertei com a possibilidade de reencarnação). Você só vai saber ao fim dela o que deu certo, o que você faria diferente. A loucura é não ter a chance de passar a limpo.
Fiquei viciada em uma sensação que me ocorre quando fico perdidamente apaixonada. A loucura é a dificuldade de ocorrência dessa sensação.
Eu (que me engano diariamente, me considero auto-suficiente) sonho em fazer um espetáculo que crie nos espectadores uma sensação, ao menos próxima, da intensidade que sinto pela minha vida, e por toda beleza que ainda vejo por aí. Eu sou apaixonada pela vida e por todos seus altos e baixos. Talvez até mais pelos baixos, porque é neles que vejo mais beleza. É neles que aprendo mais e dou mais valor a minha liberdade. Escrito em português claro: só fica a parte boa. Se estou na fossa braba, com dor no coração, literalmente, é porque acabei de chegar ao topo da montanha. Eu estou muito viva, graças a Deus, e escalando.
Há quem ache que a queda não compensa a vista do topo. Eu discordo. Amar, cair e levantar.
As vezes, quando a ferida estava quase cicatrizando, eu arrancava os pontos, só para ver sangrar. Só para ter com o que sonhar. Me escravizava por livre e espontânea vontade.
E tenho ainda uma proteção, aparentemente astral. Com o Sol em Touro, mas uma grande concetração de planetas em Áries, sou romântica, daquelas ridículas.
Me deito com a crença de que “o que tiver de ser, será”. Ou citando uma outra grande poetisa, Val a doméstica, “o que é meu tá guardado”.
Só preciso manter meus olhos abertos e seguir minha intuição. Essa última crença devo a Joseph Campbell, ele me ensinou que há um caminho certo para nós, basta seguirmos nossa intuição e chegaremos a ele.
E por sermos todos moléculas da mesma geleca, desejo a tu,vós, eles que sejam felizes e façam o melhor de suas vidas.
Agradeço por terem me levado para passear no topo da montanha.
Bem, deixe-me ir, preciso andar.
É o fim da tempestade e o sol nascerá.
Rir até chorar.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009



PARADOXO



Ele tem dois olhos de bola de gude

Ele tem uma boca que canta

Ele tem mãos que tocam percussão

Ele tem braços que tocam violão

Ele tem um aquário, onde ele mora

Ele tem uma casa na árvore, onde ele namora

Ele tem dois peixes dourados

Ele tem cabelo feito de miojo

Ele tem vontade de grudar

Ele tem um chip para dançar

Ele tem barriga de pedra sabão

Ele tem a etiqueta do mengo

Ele tem pacto com Dioniso

Ele tem o timbre do Woody Allen

Ele tem uma cesta de pick-nic

Ele tem um submarino amarelo

Ele tem mania de sonhar

Ele tem o cérebro lunar

Ele tem o projeto original do Taj-Mahal

Ele tem um botão que só diz sim

Ele tem um coração que se apaixona por mim

Tudo isso ele tem


Mas nada disso me faz bem