domingo, 25 de abril de 2010

mais uma de amor


levou umas coisas
foi embora de mim
mas deixou outras
pedaços de mim

se foi sem sair
saiu e não foi
e eu fico aqui

contando poesia
criando alternativas
de tirar bom proveito
deste caso desfeito


Mar i Ana

sexta-feira, 16 de abril de 2010

AR

respire fundo e tranquilo

 

São muitas as questões,

mas a questão é:

Por que?

 

São muitas as questões

matemáticas

ideológicas

numéricas

ilógicas

filosóficas

 

A questão é simples

como ser ou não ser

A questão te estagna

ou te faz crescer?

 

Essa é a questão...

 

A questão não vai te dominar

A questão vai te motivar...

e é por isso que é questão!

 

Pra que optar pelo não ser?

quer dizer desistir

e nem querer dizer

deixar de ser

Por que?

 

Se a questão quer ser,

quer criar caminhos

quer abrir realidades

pra deixar de ser questão...

 

Uma boa questão é uma questão vivida

Se só sentir, vira questão sofrida!

 

Quanto mais difícil, mas forte

quanto mais forte, mais vivo

quanto mais vivo, mais essencial

quanto mais essencial, mais sublime

quanto mais sublime, mais leve...

quanto mais leve, menos questão

 

Essa é a razão...

 

Mar i Ana

 

 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Shy moon.


Se fosse do gênero romance

o céu estaria azul azul

o sol amarelo amarelo

e o mar bem quentinho.

Eu escolho outro gênero.

O mar talvez esteja quentinho

mas as ondas quebram fortes na beira

a maré está puxando.

Quando eu fui dar um mergulho 

quase fui do leblon à ipanema

você me puxou para você

e foi contra corrente.

A gente deitou na areia ofegante

dividiu a mesma canga.

Ufa...não foi que eu quase te perdi?

Ele disse no mesmo momento 

agarrou na minha mão

o céu então estava azul celeste

mas sem estrela

meu olhar estava vazio de estrela

não de azul.

No meu mundo isso é possível.

Fiquei no azul um tempo.

S  i  l  ê  n  c  i  o.

Mão com mão

sem olho no olho.

Esperei

em vão

o momento

do romance

e fiquei com

o outro gênero.


ó.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

nas entrelinhas das gangorras

menina vai ao parque
sozinha não dá para brincar
quer um contrapeso
para a gangorra equilibrar
ela está cansada de ficar ali
bunda no chão
suja de areia nas beiradas

pediu,pediu,pediu
desejou,desejou,desejou
e a fada do dentre enviou
um menino para na gangorra sentar

"Vamos brincar?"
"siiiiim", ela quis gritar
estava tão feliz, se empolgou

começa difícil
a gangorra é uma arte
demora a equilibrar
na verdade alguem já viu gangorra parada no ar, exatamente no meio?

depois de um tempo a menina percebeu
que o peso que prevalecia era o seu
o menino ficava mais no ar
e quando ela se deu conta seu bumbum já estava de novo na areia.

as vezes, quando ela soltava um pouco o pé,
ela subia ao ar,
mas não era bem assim que ela queria bincar.

o menino, estava ali, feliz a voar,

a menina estava ali, pesada de tanto amar.
m.( de marina )

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Chorare



É uma vontade de dizer para você que não tem nada de errado, é comigo mesmo, o problema tá comigo. Aí eu vou até a cozinha pegar uma taça de vinho ou preparar um chá de romã. Me afogo em mim mesma sem culpa. Tem uma fresta de sol que bate na cabeceira da minha cama. Me atinge os olhos. Eu viro. E reviro. Procuro tapar o buraco mas meu corpo está paralisado, tá pesado, tá carregado de  vazio. Então eu padeço até alguém me puxar pelo pé. As vezes demora dias. E eu padeço, esqueço que existe fé, esqueço da fé de mim, esqueço da fé em mim. E mesmo assim, ainda tem gente que insiste em cuidar de mim. Ainda bem, porque é tão difícil cuidar de mim sozinha. 


ó.