terça-feira, 25 de agosto de 2009

Au ciel.


   

"Mas a ansiedade em relação a um novo estado, ou talvez a irritação causada pela presença daquele homem, bastara-lhe para que acreditasse que possuiria, enfim, aquela paixão maravilhosa que até então era tida como um pássaro grande de plumagem rosa planando no explendor dos céus poéticos - e ela não podia imaginar agora que aquela calma em que vivia fosse a felicidade em que sonhara."

Madade Bovary. 

sábado, 22 de agosto de 2009

Muita hora nessa calma.


Me entupo de bagulhos 

uns alucinógenos outros um pouco menos

uns preenchem outros esvaziam mais 

e mais e mais e mais.

Quis parar. Pedi para parar.

Será que eu ando ultrapassando barreiras

ou tudo está como deveria estar?


Stop.


E agora?

Rewind ou fast forward?

Já disse que não quero parar. 

Já disse que não quero tempo.

Chega de analisar.

A onda é viver sem ver o tempo passar

Ou é passar vendo o tempo viver?


Ó.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Diluído.


É tanta dor que eu perco a vontade de escrever. 

Só sai: dor dor dor.

Nem penso mais que você ficou de me ligar, 

que eu esqueci de te atender,

Que não aconteceu o que tinha que acontecer,

nem vai mais. Quem sabe daqui algum tempo.

Me engano que eu gosto. 

Não quero tempo, não quero tempo.

O que eu sinto é dor de saudade da falta de tempo.

Não doía tanto tempo assim.

O melhor é que dessa vez não é dor no peito.

Meu lado esquerdo tá vazio,

que nem bolinha de sabão. 

Ou melhor, bolão. 


Ó.

domingo, 9 de agosto de 2009

Meu pai virou anjo.

Novembro, 1999



Em um cartão qualquer, de uma papelaria qualquer, há uma menina de cabelos em pé, sentada em um tapete de Yoga de pernas cruzadas, Nag Champa deve ser o incenso. Ela sorri quando olha para o desenho de um mundo cheio de perninhas para o ar. Com letras tortas de cor branca num fundo rosa pink, lemos a seguinte frase:


" Seu mundo caiu?


Corre pro meu que ainda está de pé."


Ao virar o cartão qualquer, de uma papelaria qualquer, um pai se angustia ao ver a filha numa fase que vai... Uma inocência perdida naquela aborrecente que outrora era uma criança e agora é só uma menina.


Pinguinha,


Vou estar sempre ao seu lado, as vezes a vontade de te fazer feliz, de resolver todos o seus problemas atrapalha, atropela... Tem coisas que só a gente pode resolver. Não adianta amor de pai, devoção... Tem coisas que só você vai poder resolver. Mas sempre estarei ao seu lado.


Beijos,
Pai.


Anos depois, no dia dos pais, aquela que não é mais uma criança, nem mais uma menina deita nos braços do oceano, se acolhe na água quentinha que ela não pode mais pegar e se deixa levar à deriva no mar. Ela quer colo de pai. E sabe que quem nunca deixou de cumprir uma promessa, agora anda sempre ao seu lado como um anjinho da guard. Sempre que seu mundo cai ela corre para ele e tudo fica bem...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Fracasso de um dia mais ou menos sucedido (ou como o vazio tomou conta de mim).


Não é por fazer quem eu sou

ou por ser quem eu faço. 

Não foi porque desenrolou. 

O que aconteceu foi um nó mal feito...

Daqueles que faz a gente sofrer quando desfaz.

O que eu fiz comigo, quando aceitei você como um pedaço de mim? O pior é que na verdade, de mim você não tem nada, amor.

Quando tudo que você faz não me faz, não me diz, só me afasta...

 muito de mim.

 Quando esse tipo de coisa que metódicamente você faz me dói,  pergunto o quão profundo esse ferimento realmente necessita ser. É esse maldito vazio que faz tudo crescer? 

Sim, tem outras coisas.

 Não foi orgasmo... eu sou atriz esqueceu?

Isso tudo é só. 

É para te lembrar que você é menos do que pensa ser e eu sou mais do que pensa que sou. Quantas vezes eu já te disse que você não me conhece?! 

Caralho, amor.

Um dia, quando a raiva passar você vai querer escutar, mas adianto logo, você é tão bobo que provavelmente de nada vai adiantar. 

O pior de tudo é que toda essa raiva é puro orgulho, é para preecher o vazio que você plantou em mim... 

Não fica chateado, nada pode ser tão grave assim...

Eu que o diga para mim mesma. 


Ó.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Só vive quem vive (parte 8 1/2)

O que acontece comigo.

tanta coisa para fazer, mas nenhuma vontade...
tanto acaso para ocorrer, mas nenhuma...
tanta neurose para resolver, mas nenhum...
Parece que o mundo vai acabar
Eu tô com um medo de tudo
medo de escorregar, medo de falhar, medo de errar, medo de não chegar, medo
de você não me amar
o que é que eu faço se isso acontecer? de novo
não quero mais brincar
era tão mais fácil adiar
deixar pra lá essa história de se apaixonar
apenas idealizar e viver por roteiros e livros
um amor que eu já não espero mais vivenciar
porque as coisas hão de acabar
mas que loucura, ainda nem começou
mas essa mania de querer saber onde é que vai dar, se é que vai dar
menina, pará com isso! Deixa rolar! Ah, mas eu não consigo! eu preciso planejar, destrinchar, secar, deteriorar, acabar. É isso. Eu preciso acabar. Evitar. Não arriscar. Imagina? Te perder, sem nem ter querido ainda te achar. Me achar, sem nem ter podido ainda me perder.
Isso tudo dá muito trabalho, é muita coisa para hipoteticar. Onde será o botão para desligar?
Preciso de um freio. Não, não é isso. Porque freio é para parar e parada não dá pra ficar.
Preciso de uma planta que eu fume e consiga me tranquilizar. Não, mas também não é isso, escapar só vai fazer adiar o que eu quero me livrar. Mas do que eu quero me livrar mesmo?
Ah sim, do não saber, do medo, das coisas, das neuroses, dos livros, dos roteiros, de mim e de você.
Me livrar de viver

O que acontece comigo?


m.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Hard day's night.


Mazelas de um noite 

mal dormida

de uma ressaca 

que corta, arranha 

qualquer raio de sol 

que em minha

janela brota. 

Mais um dia de cabeça,

mais um de coração.

Uma dor de ressaca que

amassa, rasga minha santa

sobrevivência. 


O.

sábado, 1 de agosto de 2009

A culpa é toda minha.

Hoje eu acordei querendo não acordar. Tive um sonho estranho e desejei mais do que nunca matar alguém. O maldito que me deu um calote. Minha mãe que entrou no meu quarto e acabou com meus ultimos minutos de sono. Meu despertador que tocou antes disso eu taquei na parede e caiu em pedacinhos... Não sei se foi a maldita dor no meu ombro que vem me importunando ultimamente. Talvez tenha sido arrependimento pelos desvios de conduta que a outra parte da minha personalidade insiste em fazer, não dá para entender. Ai que raiva acordar e ver que minha meia não estava no lugar. Que não tem nada para comer na geladeira. Cigarro? De manhã não dá... Ai essa falta minha! De um-milhão-de-coisas.  De um-milhão-de-coisas? Aí a vontade de matar alguém passou. Eu olhei um sorriso azul de manhã. E vi que a raiva era o medo de como vai ser quando isso acabar. Aonde será que tudo vai dar? Nem aconteceu e já estou com saudades...Eu que ainda reclamei tanto... ai que raiva de mim. 


OB