quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A little bit of nothing.

Eu tenho um duplo que entende um pouquinho de mim.

Sei que um pouquinho não quer dizer muita coisa.

Me apreenderam a idéia de que um tico de coisa

é um igual à um nada de coisa.

Mas esse duplo não é um tico, é um pouquinho.

Eu não sei nada do tico.

Mas ele mesmo assim sabe mais do pouquinho de mim que nem eu sei.

Eu me perdi aqui.

É que o tico faz eu me perder de mim.

É que um tico deixa a gente perdida que nem o nada que me fizeram apreender.


O tico que sabe de mim mais do que o pouquinho que eu sei, tem olho azul e um sorriso de céu, sorriso de dia de sol e de barulho de chuva.

O tico que me deixa saber menos do que o pouquinho que eu sei tem olho castanho e um sorriso de areia, sorriso de areia que a onda leva quando bate.

O tico que me apreendeu tem cheiro de luz.

Um cheiro que acende quando o tico toma conta de mim.


Eu me perdi do tico e continuo perdida de mim. Queria que o tico voltasse comigo que ele levou de presente.



ó.