sexta-feira, 4 de junho de 2010

às 7h

escreve pra fugir
escreve pra procurar
escreve pra entender
escreve pra achar

põe música alta, não ouve mais nada
diminui um pouco pra pelo menos se ouvir
diminui um pouco mais e a outra música entra...

acordou sem querer e sem saber pra quê
eram 6h, mas os sonhos mais lindos já tinham passado
era hora de acordar.

a cabeça está limpa... confusa.
o corpo descansado e banhado de café
pílula pra despertar!

sai andando na rua,
descendo a ladeira
encontra o Sol que está a sua altura.
o Sol, ainda perto do mar, subindo entre as montanhas.

respira fundo... espreme os olhos...

o carro de praça já vai chegar
o motorista um pouco desentendido
entra no carro, dois mundos
distintos, passageiro e motorista.

mas tudo isso é só desabafo, acho que nem serve pra poesia... talvez só fragmentos de uma narrativa descontínua.

às 7h, tudo é bonito, menos o trânsito, feixes de luz do sol iluminam os olhos, os cabelos, as pedras, e o espelho da água da chuva de ontem que escorreu na montanha! ah, poesia....


Mariana B.

2 comentários:

Carambolices disse...

Talvez o desabafo seja a razão que a poesia precisa.
A-d-o-r-o.
Prefiro a falta de sentido.
Adoro quando você desmancha.
Parabéns.

ó.

Cris disse...

adorei todo este movimento, a vida é bonita mesmo sendo caótica e ainda que incompreensivel perfeita e calorosa na pequenas coisas, nos detalhes minimos! Beijos!