quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

ao sair, acenda a luz



o que deixou


Começa o roteiro
escolho o gênero romance
Ela o avista em um dos salões
Se encanta com o brasão marcado na pele
pertencia a uma família Céltica
Ela sempre sonhara pertencer
a uma família mitológica
Encontrou o desencontro
e amarrou seu burro
mais tarde precisaria dele para dar n’água
Viu o que só ela via
ouviu o que ele não dizia
e criou seu próprio veneno
Fã do livre arbítrio
Se intoxicou
Não agüentando o revertério das drogas
se mutilou, se declarou
Errou no personagem
Parou
Se concentrou
e o que restava de si
catou
recolou
Foi se consultar com Cartola
Que lhe disse para ver, procurar entender a situação em que estava
Não viva o roteiro
Lá você decide
Aqui você obide
Lá ele te quis
Aqui infeliz.
Para a personagem, não para você
Até parece que você quer morrer
Ouça-me bem amor, a vida não se pode roteirizar
Pense no que aprendeu e saia desse filme
que é só teu
O que Manoel de Barros há de te ensinar
É que o bom mesmo da vida
é inventar e reinventar

Nenhum comentário: